Tentativa de alisamento de um lugar portoalegrense
Publicado por: Formas de pensar a escultura: Perdidos no Espaço, Jornal nº4, PPGAV-UFRGSAbril 2016
http://www.ufrgs.br/escultura/
Georges Perec tentou chegar ao limite
das possibilidades de um lugar (uma praça em Paris) quando escreveu Tentativas de agotamiento de un lugar
parisino (PEREC, 2012), como se fosse possível “esgotar” as possibilidades
do espaço. Mero engano! As possibilidades já eram dadas e esgotadas em si
mesmas. A cidade, símbolo do controle pelo esquadrinhamento, o “espaço estriado
por excelência”, é pura autoridade trans(formada) pela forma codificada no
planejamento urbano, pensamento do tempo futuro...
Tudo é tão específico: ruas,
calçadas, muros, jardins, escadas... Sabemos o que fazer diante deles, já está
determinado pela disciplina autorizada pelo poder de uma “máquina abstrata”.
Sorte dos errantes, que escapam
dessa previsibilidade. Desviam... Mas também deixam rastros, marcas de uma
trajetória que amplia e dilata as possibilidades já dadas, mas nunca esgotadas.
Esse rastro, que não existiria
sem a presença é passado e presente ao mesmo tempo. Assim como a cidade é
espaço liso e estriado ao mesmo tempo, como já comentaram certa vez Deleuze e
Guattari.
Uma tentativa de alisamento de
um lugar portoalegrense enfrenta estas questões. Propõe um rastro anacrônico,
que se deixa apropriar. Alisa a ortogonalidade e traça uma nova trajetória no
espaço dado que questiona a lógica oculta dentro da própria ordem do espaço.
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