Proposta de intervenção na Escadaria 24 de Maio, Porto Alegre.


Tentativa de alisamento de um lugar portoalegrense

Publicado por: Formas de pensar a escultura: Perdidos no Espaço, Jornal nº4, PPGAV-UFRGS
Abril 2016
http://www.ufrgs.br/escultura/
Georges Perec tentou chegar ao limite das possibilidades de um lugar (uma praça em Paris) quando escreveu Tentativas de agotamiento de un lugar parisino (PEREC, 2012), como se fosse possível “esgotar” as possibilidades do espaço. Mero engano! As possibilidades já eram dadas e esgotadas em si mesmas. A cidade, símbolo do controle pelo esquadrinhamento, o “espaço estriado por excelência”, é pura autoridade trans(formada) pela forma codificada no planejamento urbano, pensamento do tempo futuro...
Tudo é tão específico: ruas, calçadas, muros, jardins, escadas... Sabemos o que fazer diante deles, já está determinado pela disciplina autorizada pelo poder de uma “máquina abstrata”.
Sorte dos errantes, que escapam dessa previsibilidade. Desviam... Mas também deixam rastros, marcas de uma trajetória que amplia e dilata as possibilidades já dadas, mas nunca esgotadas.
Esse rastro, que não existiria sem a presença é passado e presente ao mesmo tempo. Assim como a cidade é espaço liso e estriado ao mesmo tempo, como já comentaram certa vez Deleuze e Guattari.
Uma tentativa de alisamento de um lugar portoalegrense enfrenta estas questões. Propõe um rastro anacrônico, que se deixa apropriar. Alisa a ortogonalidade e traça uma nova trajetória no espaço dado que questiona a lógica oculta dentro da própria ordem do espaço.







0 comentários:

 

Flickr Photostream

Twitter Updates

Meet The Author